“A disfunção erétil tem sido tratada num enredo de idéias, atitudes, pressões, preconceitos e leis que bem caracterizam os pilares sobre os quais esse mundo se assenta…”.
Preocupados em trazer o indivíduo para dentro dos limites da normalidade, estudiosos da disfunção erétil parecem esquecer de considerar esse indivíduo como produto da infra-estrutura social da qual participa.
Para o êxito sexual, as pessoas devem propiciar para si e para o parceiro um ambiente de descontração e sem exigências, onde dar e receber sejam a tônica mútua.
Convivemos com mensagens sexuais confusas e contraditórias todos os momentos da nossa vida. Os meios de comunicação aceleram o ritmo da mudança, mas são igualmente paradoxais em suas mensagens. Avançamos na tecnologia de tal maneira que as informações chegam até nós em questão de minutos. Tudo isso não nos dá tempo de assimilarmos e digerirmos estas informações às nossas condutas porque são independentes de nossa vontade.
Poderíamos perguntar se isto não estaria, de alguma forma, contribuindo para que homens sintam a carência afetiva que os acompanha e interfira para que as disfunções apareçam?
Não podemos desvincular a sexualidade do afeto, das emoções porque o sexo é a parte biológica que estaria ligada a essas emoções.
O que o homem espera hoje do sexo?
Sabemos que antigamente o comportamento vivido pelo homem era o de permiti-lo todos os direitos aos prazeres sexuais. Poucos se preocupavam em relação ao prazer da mulher.
Será que esse padrão comportamental é encontrado ainda hoje?
O que encontramos são homens se questionando o tempo todo sobre a sua sexualidade e a sociedade cobrando esse papel.
O assunto disfunção erétil possui uma vasta e rica literatura onde se percebe a similaridade no discurso de cada autor.
Vários são os fatores que podem contribuir para a disfunção erétil. Ansiedade associada ao ato sexual, educação reprimida, traumas físicos ou psicológicos, desinformação e ignorância das funções sexuais.
A conclusão que se chega é, que parece que o homem para exercer sua masculinidade juntamente com a sexualidade, precisa estar se obrigando a realizar vários desafios e muitas façanhas para o exercício da sua sexualidade em busca da felicidade.
Sabemos que, encontros, desencontros e reencontros acontecem a todo o momento, todos os dias. Importante é acreditar que amar pode dar certo.
Em tempo de Viagra, sem desejo não se faz amor.
A arte de viver é: Viver, Amar e Aprender a cada dia, a cada instante.
LAÍS NOVAES
(PSICÓLOGA/SEXÓLOGA)