A sexualidade humana sempre tem sido e sempre será um vasto campo de possibilidades; dentro dele podemos definir a satisfação sexual entre três aspectos: o biológico, o psicológico e o social, que se unem e se nutrem, em uma incansável busca de sensações, de percepções, de desejos, de atos, de idealizações, de formalizações e de controles. Em seu conjunto, o comportamento sexual é uma das expressões mais variadas e complexas do ser humano.
O desejo como parte intrínseca do homem como gênero humano, não explicita suas motivações, nem filosofa sobre a configuração e eleição do seu objeto de prazer, é atemporal, vincula-se entre o passado e o futuro, se atualiza no presente, como motor e aditivo dos mecanismos da busca da satisfação.
Nascemos como sujeitos sexuados e desfrutamos do sexo/sexualidade de maneira diferente de acordo com a etapa de nossa vida, mas infelizmente a sociedade como um todo, e as pessoas de modo individual, tendem a pensar que o sexo/sexualidade pertencem ao mundo dos jovens, relegando os indivíduos da terceira idade ao amor platônico ou a abstinência sexual. Este tipo de preconceito cumpre a função de freio à sexualidade, estabelece um tabu e ignora o fato de que podemos ser sexualmente ativos, dando e recebendo prazer durante toda nossa vida, de maneira diferenciada sim, mas não menos prazerosa. É fato que a maioria das pessoas apresenta uma diminuição das atividades sexuais, o que não significa um decaimento da capacidade de amar, de ter, de dar e de receber prazer.
Os atuais avanços da medicina, da qualidade e longevidade de vida, assim como a convicção acertada de que a sexualidade não está vinculada ao número de primaveras vividas, coloca hoje os cidadãos da terceira idade (ou da melhor idade), na situação de sujeitos que desejam, que se permitem desejar e que são desejados. Pesquisas atuais indicam que qualquer indivíduo saudável pode ser sexualmente ativo independente da idade e que a atividade sexual faz bem a saúde tanto física como mental, além de ter um impacto positivo na qualidade de vida.
Paulo Bonança, Psicólogo C.R.P 05- 30190.